quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Reflexão sobre a Escola e as aprendizagens.

Por pretender que este blog seja mais que um mero sítio onde coloco imagens dos meus trabalhos e obtenho o feedback, por parte dos meus visitantes e seguidores, então, vou-me servir dele, também, para expressar o meu pensamento sobre o inicio do ano escolar e das aprendizagens que os nossos estudantes adquirem, dentro do contexto das artes manuais.
Assim, este parece-me ser somente mais um ano, de entre muitos outros já passados, em que as grandes marcas nacionais reivindicam, concorrendo entre si, apelando ao consumidor final, estudante, para a aquisição de materiais e equipamentos didáticos, para o seu regresso às aulas. Incitam os jovens a exigirem dos seus pais novos materiais e equipamentos que, muitas das vezes, nem são necessário. Mas isto é de tal maneira influenciável, que se os alunos não levarem nada de novo para a escola serão marginalizados entre colegas e alvos de chacota. Aqui, eu ponho o dedo na ferida, pois há alguns professores que exigem que os alunos levem muitos materiais para a escola. Por exemplo o que impede um aluno que transitou de ano de levar o último  caderno de matemática, do ano anterior,  que só foi utilizado menos de metade para o novo ano letivo? E muitas vezes até é o mesmo professor que lecionou no ano anterior, que vai dar continuidade. Se formos a ver, por exemplo, pelo aspeto pedagógico é benéfico para o aluno, porque os conteúdos programáticos serão um seguimento dos anteriores, logo, o aluno se tiver dúvidas tem à mão o que necessita, e, por outro lado, o professor deve aferir os conhecimentos dos alunos através da avaliação da turma, em relação às aprendizagens apreendidas, para poder dar inicio aos novos conteúdos. Já em termos económico e financeiros traduz-se numa racionalização dos recursos, diminuição dos custos, nos orçamentos familiares. E não esquecendo que, em termos ambientais, se esta fosse uma prática comum, de aproveitar o material na sua totalidade, significaria uma redução de umas quantas árvores  não deitadas a baixo. Mas isto é só um exemplo entre muitos outros que existem no mundo escolar. Se as grandes marcas gastassem o mesmo que gastam em publicidade escolar, em premiarem e promoverem os alunos que têm gosto pelo estudo e que, sem ajudas extras nem influencias, têm os melhores resultados, eu garanto que contribuiriam um pouquinho para a melhoria dos resultados dos nossos alunos, e, claro, para o futuro de todos nós.
Quanto às aprendizagens dos nossos alunos nas escolas públicas ou privadas em relação às artes manuais ela é nula ou quase nula, salvo raríssimas excepções. Os alunos têm no 2º e 3º ciclo de escolaridade uma disciplina de educação tecnológica, ou educação visual, e é somente isso. Que eu tenha conhecimento de artes manuais têm muito pouco.
Em Portugal as artes manuais resumem-se a uns quantos(as) artesãos(ãs) que expõem os seus trabalhos nas feiras artesanais, espalhadas por todo o país, principalmente na época do Verão. Mas, mesmo estas feiras, num futuro próximo, terão tendência a acabar pela falta de fundos das autarquias e pelo facto de imporem ao artesão que queira participar na feira, valores elevados de participação que, em todo o tempo em que decorre a feita o artesão tem dificuldade em apurar no valor das suas vendas. Não se valoriza o trabalho manual como seria desejável, e, no que toca ao interesse por  essas artes na integração nos planos curriculares por parte do ministério da educação, é uma miragem.

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